sábado, 15 de janeiro de 2011

O primeiro sonho: uma visão do umbral


Minha avó por parte de pai faleceu em 1996, quando eu tinha 15 anos. Naquele mesmo ano tive um sonho muito estranho. Após tanto tempo, ainda consigo recontá-lo com riqueza de detalhes. Além dos detalhes visuais, as sensações daquela experiência ficaram registradas fortemente em minha memória.

Meu sonho iniciou-se com a visão de um lugar triste, sombrio e assustador. Hoje, ao recordar, é assim que vejo aquele ambiente. Chego a sentir um pouco de medo ao pensar nas imagens. A lembrança daquele lugar me traz arrepios, mas apesar disso, lembro-me também que no momento em que eu estive lá não senti medo algum. Senti uma sensação estranha, como se nada que houvesse lá, por mais que fosse ruim ou perigoso, poderia me atingir. Portanto, durante o sonho, a sensação que tive é de não poder ser vista ou tocada por nada nem ninguém. O medo daquele sonho veio  apenas depois, com as lembranças.

O lugar obscuro em que eu me encontrei durante aquele sonho era horripilante. Tinha algumas características de um deserto, onde pude ver muitas árvores secas, sem nenhuma folha sequer. Ví que estavaà beira de um rio. Mas tratava-se de um rio sujo, de água parada, sem vida. Havia também um nevoeiro não muito denso, mas que deixava o clima do lugar ainda mais triste, mais misterioso.

Ao olhar aquele lugar, perguntava-me onde poderia estar. Como eu já disse anteriormente, não senti medo naquele momento. Minha única preocupação era entender o que se passava.

De repente senti uma aproximação. Senti fortemente a energia daquele ser que vinha em minha direção. Neste mesmo momento, pude perceber que tratava-se de minha avó desencarnada a pouco tempo. A procurei ao meu redor, mas não consegui vê-la. Curiosamente, não a via, mas a sentia. Sabia que era ela. Sabia que estava lá e que queria comunicar-se comigo.

Ao sentir sua presença tão intensamente, percebí que não estava nada bem. Foi como se eu captasse de alguma forma todos os seus pensamentos e sentimentos. Eu senti e vivenciei toda sua dor. Ví todo seu sofrimento. Captei sua angústia, tristeza, inquietação e mágoa. Aquela sensação era estranha e nem um pouco confortável. Achei estranha, por que aqueles sentimentos não me pertenciam, e eu sabia disso... mas de alguma forma eu podia sentí-los dentro de mim. Achei desconfortável por que eu não costumava ter tais sentimentos, e aquilo me pareceu algo muito ruim.

Após ter percebido todo o sofrimento de minha avó é que enfim ela fez contato comigo. Continuei sem vê-la e sem ouvi-la. Apenas percebi o que ela queria me dizer: "Estou muito infeliz. Estou sofrendo muito. Você não faz idéia do que é estar neste lugar. Aqui tudo é tão terrível e tão triste, que até o céu é assim... com essa cor."

Quando ela referiu-se ao céu, automaticamente olhei para cima. Foi então que tive a pior de todas as visões daquele lugar... Ví um céu escuro. Mas de uma escuridão inimaginável em qualquer noite que possamos ver em nossas vidas! Era um céu escuro em tom roxo! Com muitas núvens escuras, num clima tempestuoso porém sem chegar a chover. Completando aquela paisagem sombria, haviam gralhas. Muitas delas. Algumas voando e outras pousadas sobre os galhos secos das árvores. Aquilo tudo me impressionou.

A partir daí não percebí mais a presença de minha avó. Apenas observava aquela visão terrível! Ví as gralhas voando em bandos e gritanto! Gritavam alto. Muito alto. Era o único som que percebia-se naquele lugar. Na verdade, o som do grito das gralhas era o som daquele lugar! E foi com aquele horrível som em meus ouvidos que acordei.

sábado, 8 de janeiro de 2011

O fenômeno do desdobramento segundo o Espiritismo


Segundo Kardec, o espírito aproveita-se com satisfação da oportunidade de escapar da prisão corporal sempre que pode. É um dos mais curiosos e ricos fenômenos anímicos, em que o ser se move livremente, pensa melhor, decide com maior conhecimento, mantém intenso intercâmbio com encarnados e desencarnados, segundo seus interesses e afinidades.

É freqüente ocorrer com todas as pessoas, porém nem todas conseguem se lembrar, após o regresso ao corpo físico, do que fizeram durante o tempo em que estiveram parcialmente libertadas deste. Geralmente atribuem tudo a um sonho comum, ou seja, aquele resultante de suas disposições físicas ou psicológicas.

Diz Hermínio Miranda que "é nesse estado que o espírito consegue entrar na posse de algumas de suas faculdades superiores, pelo acesso aos arquivos da sua memória integral. Daí lembrar-se de encarnações passadas e até mesmo, em situações especiais, afastar a densa cortina que encobre o futuro".

Por sua vez, Martins Peralva, ao analisar as situações em que pode ocorrer essa libertação espiritual, chama a atenção para a existência, nos trabalhos mediúnicos, do chamado médium de desdobramento, ou seja, "aquele cujo espírito tem a propriedade ou faculdade de desprender-se do corpo, geralmente em reuniões". Desprende-se e excursiona por vários lugares na Terra ou no Espaço, a fim de colaborar nos serviços, consolando ou curando.

No caso de um médium de desdobramento desejar aprimorar a sua faculdade e aumentar os seus recursos, diz o autor que há condições de ordem moral das quais não pode prescindir: vida pura, aspirações elevadas, potência mental, cultivo da prece e exercício constante.

A respeito desse tipo de médium, diz André Luiz: "considerável número de pessoas, principalmente as que se adestram para esse fim (desdobramento), efetuam incursões nos planos do espírito, transformando-se, muitas vezes, em preciosos instrumentos dos benfeitores da espiritual idade, como oficiais de ligação entre a esfera física e a esfera extrafísica".

Um depoimento de Hermínio Miranda confirma exatamente essa atividade mediúnica. Diz o autor, referindo-se a uma personagem do seu livro Diversidade dos Carismas: "É comum observar-se em Regina o trabalho mediúnico específico e bem caracterizado em desdobramento. Em várias oportunidades, em vez do espírito manifestante ser trazido ao grupo, ela é que vai ao encontro dele, o que dá conhecimento antecipado ao dirigente dos trabalhos. Desprende-se e é levada pelos amigos espirituais".

fonte: Istituto de Pesquisas Projeciológicas e Bioenergéticas

sábado, 1 de janeiro de 2011

Para falar de sonhos


Criei este blog com um intuito específico: falar sobre meus sonhos. Não digo sonhos me referindo aos meus desejos, minhas pretensões, meus objetivos. Refiro-me literalmente aos sonhos. Os vários sonhos curiosos que já tive e que eu nunca esquecí.  Não estou aqui também para falar sobre sonhos sem pé nem cabeça ou sobre pesadelos que refletem as frustrações do meu dia-a-dia. Nada disso. Os sonhos tem outra significação em minha vida.

Meus sonhos muitas vezes tem vida própria e trazem uma mensagem. Sempre representam algo. Um ensinamento, digamos assim.

Por muitos anos os tive sem entender o que realmente representavam. A aproximadamente dois anos é que passaram a mostrar o seu verdadeiro por que. Portanto, depois de alguns estudos sobre os sonhos comecei a compreendê-los melhor. Estes estudos a que me refiro, são a leitura de livros espíritas e pesquisas feitas pela Internet sobre os fenômenos da mediunidade.

Já frequento centros espíritas a mais de dez anos, mas durante todo este tempo, nunca soube da existência do fenômeno do desdobramento. Este fenômeno é um dos vários tipos de mediunidade. É o nome que se dá a mediunidade para sonhos. É portanto, através deles que viajamos para outros planos e temos contato com seres espirituais, podendo ser eles desencarnados ou encarnados vivendo a mesma experiência que eu.

Comecei a ter esses sonhos a partir dos 15 anos, justamente numa época em que sequer conhecia o espiritismo. O mais intrigante é que lembro de cada um deles até hoje, detalhadamente. Como sempre os recontei com riqueza de detalhes, achei que seria bom um dia registrá-los. A idéia do blog já era antiga, mas somente agora realmente decidí pô-la em prática.